IMAGEM ILUSTRATIVA |
O vento afiado e o frio sopravam na cela da prisão, mas
Hea-Woo dificilmente podia senti-lo. Ela dificilmente podia sentir qualquer
coisa.
“Eu estava dentro das horas da morte; doente, desnutrida e
congelada por causa das condições deploráveis da cela da prisão. Eu não pensei
que estaria viva para ser usada por Deus. Eu não pensei que poderia ver o lado
de fora da minha cela na prisão”, compartilhou Hea-Woo.
Mas algo aconteceu. Uma coisa que mudaria a vida não só de
Hea-Woo, mas de muitos outros prisioneiros naquele campo de trabalhos forçados:
“Eu senti Deus acender um fogo em meu coração para compartilhar o evangelho com
outros na prisão”.
Hea-Woo sabia que aquilo era impossível por muitas razões.
Os guardas na prisão seriam capazes de matar alguém que compartilhasse sobre o
cristianismo. E ela também não sabia quais dos seus companheiros de cela
poderiam denunciá-la se ela compartilhasse a mensagem do evangelho.
Por três longos dias, Hea-Woo tentou ignorar o chamado que
Deus colocou em seu coração. Mas depois desse tempo, ela não podia mais
rejeitá-lo, pois Deus havia colocado em seu coração instruções muito
específicas: “Compartilhe sua farinha de milho com outro preso”.
Não pareceu muito, mas quando Hea-Woo deu sua própria comida
a um companheiro na prisão, ela literalmente lhe deu Vida.
“Eu percebi que aquele era meu chamado – trazer vida àqueles
que estão morrendo. Dando minha própria comida, eu pude dar a eles vida e
sacrificar a mim mesma. Isso me abriu muitas possibilidades para compartilhar
sobre Cristo”, contou.
Um por um, mais e mais prisioneiros se interessaram em ouvir
sobre Cristo, enquanto se surpreendiam com o sacrifício daquela cristã. Ela
precisava ser sábia quanto às melhores maneiras de ministrar a outros e quanto
ao lugar mais seguro para se reunir, assim ela orava por orientação.
“Deus colocou isso em meu coração: o anexo da prisão era o
único lugar que podíamos adorar.” E eles adoravam a Deus no lugar mais humilde
e improvável possível. Lá, eles eram livres para se encontrar e adorar, mesmo
que estivessem em uma prisão norte-coreana.
Assim, nasceu uma célula cristã naquela prisão. "Éramos
cinco pessoas. Eu não tinha a Bíblia, então só conseguia ensinar a eles os
versículos que sabia de cor. Aos domingos e no Natal, nos reuníamos em locais
privados (banheiro). Então fazíamos um breve culto. Ensinei a eles alguns
hinos, que cantávamos nessas reuniões. Todos nós sobrevivemos ao campo porque
cuidávamos uns dos outros. Não tivemos problemas, apesar de nossos cultos
secretos". Hea-Woo não acha que fez algo extraordinário: "Eu estava
apenas sendo obediente".
Após muitos anos, a cristã conseguiu fugir, mas a sua saída
é uma marca ainda sentida no país. Deus a usou para trazer muitas pessoas a
Cristo, curá-las e usá-las para começar igrejas domésticas na Coreia do Norte.
Fonte: Portas Abertas Brasil.
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