“Bata
com uma pedra na cabeça, ou mate com uma faca, ou atropele com seu carro, ou
empurre de um lugar alto, ou asfixie, ou envenene.” Foi assim que, em setembro
de 2014, o porta-voz oficial do Estado Islâmico, Abu Mohamed Al-Adnani, ordenou
a seus partidários que executassem “todos os descrentes” ocidentais. Mas
acrescentou um comentário curioso: “Especialmente, os sujos e desprezíveis
franceses”.
Esse ódio é basicamente pela luta do governo francês contra o grupo extremista Estado Islâmico. Mas nem sempre foi assim, a França já armou vários grupos rebeldes na Síria contra o governo de Bashar el Assad. A França, que não começou a bombardear os feudos do EI até setembro de 2015, seria responsável apenas por 4% do total dessas ofensivas.
Nos ataques orquestrados contra a França, essa dimensão simbólica não é nada secundária. “O apego dos franceses aos valores republicanos, especialmente o laicismo, é algo que contraria o islã radical, incluindo seus partidários residentes na França. É um argumento recorrente, que permite mobilizar melhor seu entorno”, afirma Jean-Charles Brisard, consultor internacional sobre terrorismo e especialista no financiamento das redes jihadistas, depois de ter sido assessor de vários Executivos conservadores nos anos noventa. Segundo Brisard, a lei contra o véu islâmico em escolas e sedes da Administração francesa, aprovada em 2004, marcou um ponto de inflexão.
“A França é o país para o qual o Estado Islâmico mais aponta, por defender um sistema de valores oposto ao seu”, afirma Balanche. “Mas também por ser o país que mais tem jihadistas. Seriam 600 na Síria e no Iraque, segundo dados do Ministério do Interior, mas na verdade, conforme fontes não oficiais dos serviços de informação, mais de 2.000. Todos eles são suscetíveis a voltar ao território francês para perpetrar atentados”, afirma. “Com seus ataques, o EI tenta fazer com que a população muçulmana que vive na França seja estigmatizada, como aconteceu depois do atentado ao Charlie Hebdo. Querem que essa população pense que não vale a pena integrar-se a este país, onde isso gera muitos problemas, e acabe radicalizando. ”
Esse ódio é basicamente pela luta do governo francês contra o grupo extremista Estado Islâmico. Mas nem sempre foi assim, a França já armou vários grupos rebeldes na Síria contra o governo de Bashar el Assad. A França, que não começou a bombardear os feudos do EI até setembro de 2015, seria responsável apenas por 4% do total dessas ofensivas.
Nos ataques orquestrados contra a França, essa dimensão simbólica não é nada secundária. “O apego dos franceses aos valores republicanos, especialmente o laicismo, é algo que contraria o islã radical, incluindo seus partidários residentes na França. É um argumento recorrente, que permite mobilizar melhor seu entorno”, afirma Jean-Charles Brisard, consultor internacional sobre terrorismo e especialista no financiamento das redes jihadistas, depois de ter sido assessor de vários Executivos conservadores nos anos noventa. Segundo Brisard, a lei contra o véu islâmico em escolas e sedes da Administração francesa, aprovada em 2004, marcou um ponto de inflexão.
“A França é o país para o qual o Estado Islâmico mais aponta, por defender um sistema de valores oposto ao seu”, afirma Balanche. “Mas também por ser o país que mais tem jihadistas. Seriam 600 na Síria e no Iraque, segundo dados do Ministério do Interior, mas na verdade, conforme fontes não oficiais dos serviços de informação, mais de 2.000. Todos eles são suscetíveis a voltar ao território francês para perpetrar atentados”, afirma. “Com seus ataques, o EI tenta fazer com que a população muçulmana que vive na França seja estigmatizada, como aconteceu depois do atentado ao Charlie Hebdo. Querem que essa população pense que não vale a pena integrar-se a este país, onde isso gera muitos problemas, e acabe radicalizando. ”
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